PARIS (AP) - O ex-jogador de futebol Christian Karembeu, campeão da Copa do Mundo de 1998 com a França, diz que dois de seus parentes foram mortos durante os distúrbios no território francês do Pacífico da Nova Caledônia, que deixaram sete pessoas mortas.
Falando durante uma entrevista na rádio Europe 1 na segunda-feira, o ex-meio-campista do Real Madrid disse que seus dois parentes foram baleados na cabeça por atiradores de elite.
“Perdi membros da família, por isso fiquei em silêncio”, disse Karembeu. "Porque estou de luto."
Perguntado se eram assassinatos, Karembeu respondeu: "Eu não queria, porque a palavra é forte, mas ... é verdade que, sim, é um assassinato e esperamos que haja inquéritos e investigações sobre esses assassinatos."
O presidente francês Emmanuel Macron decidiu na segunda-feira suspender o estado de emergência que foi imposto no início deste mês. A violência mortal irrompeu no território francês do Pacífico depois que protestos foram iniciados contra as tentativas do governo francês de alterar a Constituição francesa e modificar as listas eleitorais na Nova Caledônia.
Os oponentes temem que a medida beneficie políticos pró-França na Nova Caledônia, onde os kanaks indígenas pró-independência têm lutado para se libertar da França, em meio a disparidades econômicas acentuadas.
Karembeu, que é Kanak, cresceu na ilha de Lifou na Nova Caledônia. Depois de se mudar para a França na adolescência, ele conquistou dois títulos da Liga dos Campeões com o Madrid como meio-campista. Ele foi titular da França na final da Copa do Mundo de 1998 e também fez parte da equipe que conquistou o Campeonato Europeu de 2000.
A Nova Caledônia tornou-se francesa em 1853 sob o imperador Napoleão III, sobrinho e herdeiro de Napoleão. Tornou-se um território ultramarino após a Segunda Guerra Mundial, com cidadania francesa concedida a todos os kanaks em 1957.
Os bisavós de Karembeu foram levados para Paris em 1931 do território francês do Pacífico e exibidos como "canibais".
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